Ingressou na Escola Nacional de Belas Artes no curso de desenho e artes gráficas em 1963, dedicando-se ao estudo de diversas técnicas de desenho e pintura. Em 1965, no início de sua carreira, Serpa integrou grupo Diálogo ao lado de Urian Benevento, Germano Blum e Sergio da Silveira. Até 1968, a reunião de estudantes da Escola Nacional de Belas Artes promoveu uma verdadeira agitação cultural no Rio de Janeiro, divulgando idéias em lugares onde a arte era pouco discutida e comentada. “Levávamos debates para colégios, associações e faculdades do interior do estado. Participamos da efervescência cultural dos anos 60. Um tempo de muita fragmentação, mas muito rico em termos de ideais sociais, políticos e artísticos”, lembra Serpa. O grupo “Diálogo” dissolveu-se em 1968, mas seus componentes seguiram na estrada da arte. Serpa manteve sua atividade de ilustrador, trabalhando também com criação publicitária. Com sensibilidade aguçada e grande domínio de diversas técnicas de desenho e pintura, ele consegue facilmente captar elementos do cotidiano e transformá-los em arte. “Muitas vezes um desenho é mais elaborado do que uma pintura em tela. Quando o artista alcança a diversificação e o domínio técnico, faz uma festa gráfica, não importa com que material trabalhe”, entusiasma-se.
Artista múltiplo
O trabalho de Serpa apresenta sempre um caráter gráfico. “Comecei com lápis, mas depois percebi que trabalhar com nanquim seria um desafio muito maior, porque seu traço é definitivo, sem retorno, não há como apagar. Não gosto de trabalhar com borracha de modo convencional. No entanto, com o tempo descobri este material como solução gráfica para suavizar o traço. Nos anos 60, aprendi também técnicas como guache”, comenta. Hoje, o exercício amadurecido dessas técnicas auxiliam o artista em soluções plásticas, mas ele está sempre descobrindo maneiras novas de combiná-las. De uma experimentação pode brotar outra maneira de criar, até unindo técnicas diferentes. “Não tenho uma técnica favorita. Cada material, cada tinta, cada pigmento tem um fascínio próprio. Com exceção da técnica a óleo, tenho afinidade com todas as outras”, explica.
Autenticidade e evolução
O desprendimento de padrões rígidos que Serpa demonstra em seu trabalho e a ausência de preocupação em seguir as tendências do mercado de artes plásticas, tornam sua atuação cada vez mais autêntica e criativa. A inspiração surge sem hora nem local determinados. As idéias mais originais e interessantes nascem desse movimento livre e espontâneo de descoberta cotidiana. “Desenho em qualquer lugar. A concentração e o interesse são iguais aos que tenho em meu ateliê. A criação independe de um espaço convencional”, afirma. O mesmo espírito independente apresenta-se no decorrer de sua carreira, em seu jeito de criar e no seu conceito de exposição. A interação com o público é essencial, portanto é comum encontrá-lo em suas exposições, colhendo impressões e conversando com os visitantes. “Quando exponho, prefiro não definir um título previamente e não me limitar a um tema. Exponho assim como crio, sem preocupação temática. Não gosto de explorar nada que esteja na moda, sou totalmente contra isso. Considero que a moda em arte é uma imposição prévia que pode interferir e condicionar o trabalho do artista, sobretudo os jovens”. Serpa defende que o artista deve ser fiel à sua própria visão de mundo, buscando caminhos para construir uma trajetória a partir da experiência pessoal. “Não deve haver essa rigidez de explorar um tema até a exaustão e depois iniciar outro. Há um processo central de captação de elementos que compõem o trabalho de qualquer artista, que mudam ao longo do tempo, vão e voltam de forma cíclica e evolutiva. Isso ocorre na história de grande artistas em todo o mundo.”
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2001. ESPAÇO CULTURAL CORREIOS – RJ
2000. GALERIA ARTE SUMÁRIA - RJ
1997. GALERIA FESP – RJ
1997. ESPAÇO DE ARTE MANJERICÃO – TERESÓPOLIS-RJ
1996. GALERIA SESC - TERESÓPOLIS – RJ
1996. GALERIA SESC - TIJUCA – RJ
1993. LIVRARIA DAZIBAO - BOTAFOGO – RJ
1990. ESPAÇO DE ARTE MIRIAM B. SAMBURSKY - IPANEMA – RJ
1987. GALERIA CIMEIRA ARTES - IPANEMA – RJ
1986. GALERIA ARTE MAIOR - IPANEMA – RJ
1985. GALERIA CIMEIRA ARTES - IPANEMA – RJ
1980. GALERIA SÉRGIO MILLIET - FUNARTE – RJ
1978. GALERIA MICHELANGELO - NITERÓI – RJ
1978. GALERIA CÉSAR ACHÉ - IPANEMA – RJ
1976. REALIZA SUA PRIMEIRA EXPO INDIVIDUAL NO MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES - GALERIA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS – RJ
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
1993. AÇÃO CIDADANIA - PARQUE LAGE - E.A.V. - RJ
1991. ARTISTAS BRASILEIROS - GALERIA GB ARTE - HOMENAGEM AO MARCHAND FRANCO TERRANOVA - COPACABANA - RJ
1988. FEIRA RIO MODA ESTILO - RIOCENTRO - RJ
1986. VILLA RIZO - SÃO CONRADO - RJ
1984. ARTISTAS BRASILEIROS NA ALEMANHA ( A CONVITE E SOB PATROCÍNIO DA FUNDAÇÃO KONRAD ADENAUER ) CIDADES: BONN, STUTTGART E SAARBRUCKEN
1974. BIENAL NACIONAL DE SÃO PAULO
1966. BIENAL DE ARTES PLÁSTICAS - SALVADOR – BA
ENTRE 1966/1979:
- SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS
- SALÃO DE VERÃO – RJ
- SALÃO DE ARTE DE CURITIBA
PRÊMIOS
1975
PRÊMIO EM DESENHO
( “ISENÇÃO DE JURI” ) - SALÃO NAC. DE ARTE MODERNA
1970
PRÊMIO MELHOR MARCA
AAP-RJ (Associação dos Artistas Plásticos do Rio de Janeiro)
1966
MENÇÃO HONROSA EM DESENHO
SALÃO DE ALUNOS
(Escola Nacional de Belas Artes)
BIBLIOGRAFIA
1994. CRONOLOGIA DAS ARTES PLÁSTICAS NO RIO DE JANEIRO 1816 a 1994 - FREDERICO MORAIS
1985. REVISTA HUMBOLDT
1968. DICIONÁRIO BRASILEIRO DE ARTISTAS PLÁSTICOS - PROF. CARLOS CAVALCANTI - MEC
1968. DICIONÁRIO BRASILEIRO DE ARTES PLÁSTICAS - ROBERTO PONTUAL
REFERÊNCIAS CRÍTICAS
FREDERICO MORAIS
RUY SAMPAIO
JOSÉ ROBERTO T. LEITE
JAYME MAURÍCIO
WALMIR AYALA
GEORGES RACZ
MÁRIO BARATA
FERNANDO GOLDGABER
QUIRINO CAMPOFIORITO
ROBERTO PONTUAL
MARC BERKOWITZ
ATIVIDADES PARALELAS
1971/1997
- PROFESSOR DE DESENHO, TÉCNICAS E PROCESSO DE CRIAÇÃO – SENAC
- PALESTRAS AUDIOVISUAIS SOBRE ARTE, PROCESSO DE CRIAÇÃO E TÉCNICAS - SENAC
1989
- MINISTRA O CURSO DESENHO DE MODELO VIVO - PUC
1979/1981
- COORDENADOR DOS CURSOS DA ÁREA DE PROPAGANDA
1966/1970
- COMO ILUSTRADOR REALIZA TRABALHOS PARA SEGMENTOS DO CAMPO GRÁFICO, EDITORIAL, FONOGRÁFICO E PUBLICITÁRIO.